Neuralgia do trigêmeo

A neuralgia do trigêmeo é uma doença caracterizada por ataques súbitos e intensos de dor tipo “choque”, em metade da face.

A dor pode acometer toda a metade da face ou um segmento dela (couro cabeludo, próximo ao olho ou à orelha, na maxila, na mandíbula, ou mesmo nos lábios, gengiva e dentes). Ela pode ocorrer espontaneamente ou ser desencadeada por estímulos como o toque, sensação de frio, pela mastigação, entre outros.

A causa mais comum desse transtorno é um contato anormal entre um vaso sanguíneo intracraniano e o nervo trigêmeo, ocasionando compressão e lesão nervosa. Outras causas menos frequentes são a esclerose múltipla, tumores ou traumas ao nervo. Em algumas ocasiões, mesmo com uma investigação ampla, não se identifica a causa do problema.

O tratamento inicial é feito com uso de medicamentos. No entanto, uma parcela dos pacientes irá apresentar efeitos colaterais intensos ou não responderá à medicação. Nesses casos, tratamentos neurocirúrgicos são indicados. Os principais são:

• Descompressão neurovascular: consiste em uma microcirurgia para separar o vaso sanguíneo acometido do nervo trigêmeo. Apesar de ser considerada uma cirurgia de grande porte, é segura e possui excelentes resultados para pacientes selecionados, especialmente no longo prazo;

• Rizotomia percutânea: é um procedimento cirúrgico de menor porte que consiste na destruição de fibras do nervo trigêmeo na base do crânio (por compressão com balão, radiofrequência ou glicerol) por meio de uma punção com uma agulha específica para tal;

• Radiocirurgia: trata-se de um tratamento multidisciplinar (envolve a neurocirurgia e a radioterapia), ambulatorial (não necessita internação hospitalar) e não invasivo (sem cortes) que utiliza feixes de radiação altamente precisos para destruir as fibras do nervo trigêmeo que ocasionam dor.

A decisão da melhor técnica a ser empregada depende de conhecimento técnico, experiência clínica e uma discussão ampla com o/a paciente, que também é parte do processo decisório.